quinta-feira, 25 de agosto de 2016

DEFESA ADMINISTRATIVA DE MULTA - MULTA DE ESTACIONAMENTO EM LOCAL PROIBIDO - PROFESSOR LENILDO MÁRCIO DA SILVA



ILUSTRÍSSIMO SENHOR SUPERINTENDENTE DE TRÂNSITO E TRANSPORTE DE XXXXXXX








PROCESSO ADMINISTRATIVO/ AUTO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO XXXXX
CONDUTOR: O X I









O X I, brasileiro, casado, empresário, portador do RG N.° xxxxxx, inscrito no CPF N.° xxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxx, n.° x, QD – x, LT – x, Bairro xxxx, na cidade de xxxx (Cópias de CNH e comprovantes de residência inclusos – doc.02), vem, respeitosamente, a nobre e culta presença de Vossa Senhoria, através de seu representante legal que ao final assina (Procuração Ad-Judicia inclusa – doc.01) apresentar DEFESA DE AUTUAÇÃO, amparada na legislação vigente, e com fundamento nas razões de fato e de direito a seguir expostas:


DAS RAZÕES FÁTICAS E JURÍDICAS QUE FUNDAMENTAM A PRESENTE DEFESA


1 – O presente processo administrativo pretende ATRIBUIR AO CONDUTOR DEFENDENTE MULTA POR ESTACIONAR EM LOCAL/HORÁRIO PROIBIDO ESPECIFICAMENTE PELA SINALIZAÇÃO, por supostamente ter praticado a infração de trânsito constante na NOTIFICAÇÃO DE AUTUAÇÃO DE INSTAURAÇÃO DE INFRAÇÃO DE TRÂNSITO - NAI, cuja cópia segue inclusa – doc.03, considerando-o incurso no art. 181, XVIII, do Código de Trânsito Brasileiro.
Todavia, O AUTO DE INFRAÇÃO DEVE SER JULGADO INSUBSISTENTE, UMA VEZ QUE O DEFENDENTE NÃO REALIZOU A REFERIDA INFRAÇÃO, nos termos em que estabelece a lei, tendo havido ERRO DE INTERPRETAÇÃO DO AGENTE AUTUADOR, pois que O VEÍCULO APONTADO COMO UTILIZADO NA REALIZAÇÃO DA INFRAÇÃO NÃO ESTAVA ESTACIONADO, TENDO HAVIDO BREVE PARADA PARA DESEMBARQUE DE PASSAGEIRO.

Desta forma, o Condutor Defendente não realizou a infração que lhe está sendo atribuída, devendo o presente PROCESSO ADMINISTRATIVO SER ARQUIVADO, de direito e de fato, pela sua INSUBSISTÊNCIA, conforme a seguir passará a ser demonstrado.


2 – Estabelece o artigo 181, e o seu inciso XVIII, do Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 181. Estacionar o veículo:

(...)

XVIII - em locais e horários proibidos especificamente pela sinalização (placa - Proibido Estacionar):

Infração - média;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

(...)


Ora, Nobre Julgador, O PRIMEIRO PONTO A SER DESTACADO é que o veículo xxx, de placa xxxx, modelo xxxx, NÃO ESTAVA ESTACIONADO NA RUA xxxx, PRÓXIMO À xxxxx, tendo havido apenas uma simples e rápida parada, para descida de passageiros.

3 - Nesse sentido, IMPORTANTE RESSALTAR A DIFERENÇA ENTRE “PARADA” E “ESTACIONAMENTO”, conforme nos explica JULYVER MODESTO DE ARAUJO, no site CTB DIGITAL, no endereço eletrônico http://ctbdigital.com.br/?p=Comentarios&Registro=65&campo_busca=@&artigo=181:

 O Anexo I do CTB define estacionamento como a imobilização de veículos por tempo superior ao necessário para embarque ou desembarque de passageiros”, ou seja, comete as infrações previstas no artigo 181 o condutor que mantém o veículo imobilizado por qualquer outra finalidade que não seja estritamente para o embarque e desembarque de passageiros, inclusive ao realizar operação de carga e descarga (já que o artigo 47, parágrafo único, a considera como estacionamento), mesmo que o condutor permaneça no interior do veículo e com o motor ligado.

Desta forma, Nobre Julgador, não só o Condutor Defendente não realizou a infração de trânsito na qual foi indevidamente autuado, pois NÃO ESTACIONOU o veículo no local/hora da infração, tendo apenas PARADO por alguns instantes para deixar no local a sua companheira, mas, também, agiu dentro dos exatos limites da lei, ficando patente que, conforme já anteriormente destacado, o Auto de Infração foi preenchido por erro de interpretação do agente autuador, o qual, erroneamente, e nem se imagina o porquê, entendeu que o veículo estava estacionado.


4 - O SEGUNDO PONTO A SER DESTACADO na defesa do Condutor Defendente, é que o artigo 181, inciso XVIII, do Código de Trânsito Brasileiro, estabelece como MEDIDA ADMINISTRATIVA PARA A PRÁTICA DA REFERIDA INFRAÇÃO A REMOÇÃO DO VEÍCULO, o que não ocorreu no caso em tela.
E por quê não ocorreu a remoção?

Justamente porque o veículo não estava estacionado, e sim, apenas parou por alguns instantes, necessários para desembarque da companheira do Condutor Defendente.

5 - De outra forma, Nobre Julgador, teria o agente autuador, de matrícula xxx, PREVARICADO, por não ter realizado a remoção do veículo, tendo incidido com sua conduta na tipificação do artigo 319 do Código Penal:

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.


Desta forma, Nobre Julgador, caso entenda NÃO SER INSUBSISTENTE O PRESENTE AUTO DE INFRAÇÃO, estaria o agente autuador, de matrícula xxxx, incurso no CRIME DE PREVARICAÇÃO, previsto no artigo 319 do Código Penal, devendo cópias do presente auto, desta defesa e da decisão proferida, serem encaminhados ao Ministério Público Estadual, para que adote as providências legais cabíveis ao caso em análise em relação ao agente autuador.

Até porque, se houvesse realmente o Condutor Defendente estacionado o veículo, certamente não haveria dificuldade nenhuma em providenciar a remoção.

6 - DO EXPOSTO, SÓ SE PODE CONCLUIR QUE A REMOÇÃO NÃO OCORREU JUSTAMENTE PORQUE O VEÍCULO NÃO ESTAVA ESTACIONADO, MAS APENAS PAROU BREVEMENTE PARA DESEMBARQUE DA COMPANHEIRA DO CONDUTOR DEFENDENTE, O QUE, POR ÓBVIO, IMPEDIU A REMOÇÃO DO MESMO.


7 – Desta forma, Nobre Julgador, a multa deve ser cancelada, uma vez que o art.181, inciso XVIII, é claro em dizer que É PROIBIDO ESTACIONAR (deixar o veículo por longo período de tempo), PORÉM, PERMITIDO PARAR (imobilizar o veículo por um breve momento).

8 – Frise-se que a multa lavrada foi por estacionar o veículo em local proibido, porém houve apenas a aplicação da pena pecuniária, e, em assim sendo, houve um erro de lógica no procedimento, pois, conforme já destacado, o veículo não foi removido como manda a lei.

Tamanha falta de precisão, Nobre Julgador, apóia a defesa do Condutor Defendente, subsidia suas razões, e TORNA O AUTO DE INFRAÇÃO INSUBSISTENTE, levando ao consequente CANCELAMENTO DA MULTA.


DO PEDIDO

9 – Mediante as razões de fato e de direito expostas, com amparo nos elementos de prova constantes no presente Auto de Infração e na documentação ora apresentada, vem o Condutor Defendente, à ilustre presença de Vossa Senhoria, através de seu representante legal que ao final assina, REQUERER:
a) Que a presente DEFESA DA AUTUAÇÃO, seja devidamente recebida, processada e julgada;
b)  O DEFERIMENTO DA PRESENTE DEFESA, com o consequente CANCELAMENTO DA MULTA IMPOSTA e a extinção da pontuação que a infração gerou no Prontuário Geral Único do Condutor Defendente.
c) O BENEFÍCIO DO EFEITO SUSPENSIVO, no caso do presente procedimento não ter sido julgado em até 30 dias da data de seu protocolo, na conformidade do artigo 285, § 3º, do Código de Trânsito Brasileiro.
Nestes termos, pede deferimento.

xxxxx, xx de xxxxx de 2.0xx.


LENILDO MÁRCIO DA SILVA
OAB/MT N.° 5.340

OAB/RJ N.° 195.803

terça-feira, 23 de agosto de 2016

05 APPS PARA EMPREENDER NA ADVOCACIA - FELIPE ASENSI E INSTITUTO DIÁLOGO



Felipe Asensi e o Instituto Diálogo trazem sempre para os(as) advogados(as) dicas importantes para o desempenho da advocacia. 

Um dos exemplos desse importante trabalho desenvolvido são os 05(cinco) aplicativos que recomendam para empreender na advocacia. São aplicativos úteis no sentido de facilitar a atividade e melhorar o desempenho profissional. 

Acesse o link abaixo e conheça os aplicativos que facilitarão sua vida profissional e o importante trabalho desenvolvido por Felipe Asensi e pelo Instituto Diálogo:

STARTUP JURÍDICA SEM PROCESSO - UMA BOA IDÉIA!



Na busca de soluções para garantir o direito dos consumidores e o patrimônio das empresas foi criada a STARTUP JURÌDICA SEM PROCESSO, que busca estabelecer a composição entre as partes, sem a necessidade de ingresso de processo junto ao poder judiciário. Com bom senso, o departamento jurídico das empresas e os advogados representantes dos consumidores tentam um acordo, resolvendo rapidamente e extrajudicialmente, aquilo que poderia demorar anos para assegurar o direito dos consumidores, e prejudicar o patrimônio e a imagem das empresas. Um boa idéia!

Acesse o link abaixo e conheça essa iniciativa:



segunda-feira, 22 de agosto de 2016

ALEGAÇÕES FINAIS/MEMORIAIS POR CRIMES DE CALÚNIA E INJÚRIA - MODELO DE PETIÇÃO - PROFESSOR LENILDO MÁRCIO DA SILVA



EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA ___________________________






PROCESSO DE NUMERAÇÃO ÚNICA XXXXXXX
CÓDIGO: XXXXX





E M A, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, à ilustre presença de Vossa Excelência, através de seu representante legal que ao final assina, APRESENTAR ALEGAÇÕES FINAIS, com fundamento no artigo 81 da Lei n.° 9.099/95, e conforme as razões de fato e de direito a seguir expostas:

DOS FATOS

1 – A Querelada enviou ao Querelante e-mail de conteúdo calunioso e injurioso, conforme exposto na Inicial.

2 – Oportunizada a retratação, a Querelada negou-se a realizá-la, afirmando que não se arrepende do dito e que estava no seu direito.

3 – A AUTORIA E A MATERIALIDADE DOS CRIMES DE CALÚNIA E DE INJÚRIA estão devidamente caracterizadas pelo e-mail acostado aos autos processuais através da Inicial Acusatória, bem como pela própria confissão da Querelada que reconhece a autoria do e-mail enviado ao Querelante, bem como confirma o seu conteúdo.

4 - O DOLO DA QUERELADA também está devidamente evidenciado, haja vista que agiu de forma calma, tranquila, premeditada e calculada, pois sentou-se à frente do computador, redigiu o e-mail e enviou ao Querelante, e, mesmo após o passar do tempo, confirmou o conteúdo e a sua “razão” na audiência de conciliação, e, mesmo agora, em audiência de instrução, tendo lapso temporal suficiente para refletir sobre sua conduta, mantém incólume as ofensas proferidas no e-mail e nega-se terminantemente a retratar-se, caracterizando perfeitamente O DOLO DE DANO, O “ANIMUS INJURIANDI”.

5 – Desta forma, Excelência, pelos fatos narrados e prova produzida, comprovados a autoria, a materialidade delitiva e o dolo, deve a Querelada ser condenada nas penas dos artigos 138 e 140 do Código Penal, estabelecendo-se, ainda, a justa indenização devida ao Querelante pela Querelada, nos termos do artigo 387, IV, do Código de Processo Penal.




DO DIREITO


6 – Estabelecem, respectivamente, os artigos 138 e 140 do Código Penal:
Calúnia

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:

Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
(...)

Injúria

Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Conforme relatado na Inicial Acusatória, devidamente comprovado pelo e-mail acostado na peça ovo e conduta processual da Querelada, percebe-se claramente a adequação da conduta típica da Acusada aos dispositivos penais invocados para sua responsabilização criminal, uma vez que a mesma imputou fato definido como crime ao Querelante, mesmo sabendo falsa a imputação, objetivando atingir sua honra objetiva, sua reputação perante terceiros, bem como atribuiu-lhe qualidades negativas, atingindo-lhe em sua autoestima, com  a clara intenção de lesar sua honra subjetiva.

Desta forma, Excelência, fica patente a incidência da conduta realizada pela Querelada nos tipos penais previstos nos artigos 138 e 140 do Código Penal, ao atribuir falsamente ao Querelante a prática do crime previsto no artigo 244 do Código Penal, com o fim de prejudicar a honra objetiva do Querelante, mediante seus filhos, bem como atingir sua autoestima, sua honra subjetiva, atribuindo-lhe qualidades negativas como vagabundo, acomodado e encostado, das quais não é merecedor, por lutar incansavelmente para reerguer-se financeiramente e profissionalmente após ser posto ao chão pela Querelada.


7 – Em razão da condenação a ser atribuída à Querelada, deve esta arcar também com a REPARAÇÃO DOS DANOS MORAIS CAUSADOS AO QUERELANTE, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal, o qual estabelece que:

Art. 387.  O juiz, ao proferir sentença condenatória:
(...)

IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido;

(...)
 
Nesse sentido, o ilustre doutrinador NORBERTO AVENA, em sua obra PROCESSO PENAL - Esquematizado – 7ª Edição – Editora Método, às fls. 314, nos esclarece que:

Ao dispor que na sentença condenatória o juiz fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido, o art. 387, IV, do CPP não restringiu essa indenização tão somente aos danos patrimoniais, referindo-se, ao contrário e genericamente, à "reparação dos danos".

Nesse contexto, não vemos razão para excluir do juízo penal a possibilidade de arbitrar valor destinado à reparação, também, de danos de ordem moral eventualmente causados pela infração penal.

Afinal, não há dúvidas de que o legislador, permitindo ao juiz criminal, por ocasião da sentença condenatória, estabelecer indenização mínima devida à vítima, objetivou possibilitar a esta ter satisfeito o prejuízo que lhe foi causado pela prática criminosa com maior prontidão, sem a necessidade de aguardar as delongas de uma fase liquidatória prévia ao ajuizamento da ação executória.
Tal arbitramento, então, apenas visa a antecipar, em parâmetros mínimos, o valor que, em liquidação de sentença, seria apurado no juízo cível. E, no juízo cível, pela exegese do art. 186 do Código Civil, fica evidente que tanto o dano moral quanto o patrimonial sujeitam-se à reparação.
Por isso, parece-nos que a indenização arbitrada na sentença criminal poderá sim abarcar essas duas ordens de prejuízos - moral e patrimonial.
E, no tocante à quantificação, na decisão condenatória, do valor mínimo devido a título de dano moral, entende-se que deve ser realizada a partir de um critério de razoabilidade, detectável com base nas circunstâncias do caso concreto.
Por fim, não se alegue a possibilidade de serem conflitantes a sentença penal condenatória que fixar a indenização mínima a título de dano moral e a decisão eventualmente proferida em futuro processo cível de indenização, porque, de acordo com o art. 91, I, do Código Penal, a decisão penal condenatória faz coisa julgada na esfera cível quanto à obrigação de indenizar. Logo, se, no âmbito penal, for estabelecida indenização mínima em decisão transitada em julgado, isso não poderá, mais tarde, ser questionado na órbita civil.
Em outras palavras, estará vinculado o juízo cível ao dano reconhecido em sede de condenação criminal, cabendo-lhe, então, no máximo, considerar suficiente o valor imposto ao acusado no juízo penal, mas não isentá-lo de tal obrigação ou quantificar o dano em montante inferior ao que foi decidido na esfera criminal.

Pelo exposto, Excelência, plausível e cabível o arbitramento de indenização na sentença penal, no caso em julgamento.

DO PEDIDO
8 – Mediante as razões de fato e de direito expostas, devidamente subsidiadas pela documentação que compõe os presentes autos processuais, vem o Querelante, à ilustre presença de Vossa Excelência, REQUERER:
A condenação da QUERELADA nas sanções penais previstas nos artigos 138 e 140 do Código Penal, e o estabelecimento de indenização para reparar os danos morais causados pelas condutas criminosas.
Esteja certo Excelência, que, em acolhendo o pedido formulado pelo Querelante, e condenando a Querelada pelos crimes de calúnia e injúria, não só estará preservado a honra objetiva e subjetiva de pessoa honrada, mas, também, confeccionando ato da mais pura e cristalina JUSTIÇA!
Termos em que, pede deferimento.
xxxxxx, xx de xxxx de 2.0xx.


ADVOGADO
OAB N.°


domingo, 7 de agosto de 2016

SITE LEARNCAFE - QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL GRATUITA E COM CERTIFICAÇÃO



O site LEARNCAFE oferece qualificação profissional gratuita, nas mais diversas áreas e com certificação. 

Diferente de outros sites que oferecem os cursos e cobram a certificação ou oferecem o curso e a certificação com uma carga horária reduzida, o site LEARNCAFE oferece os cursos com uma carga horária razoável e a certificação digital para download sem nenhum custo.

O site oferece cursos de qualificação profissional nas seguintes áreas: Administração e Negócios, Ciências Exatas, Ciências Humanas, Direito, Educação, Idiomas, Informática e Internet, Marketing e Publicidade, Meio Ambiente, Música, entre outras.

Acesse o link abaixo, confira e qualifique-se:

http://www.learncafe.com/cursos-gratis

sábado, 6 de agosto de 2016

20 E-BOOKS DE ADMINISTRAÇÃO PARA BAIXAR GRÁTIS



O site www.administradores.com.br fez um seleção de 20(vinte) e-books sobre Administração que podem ser baixados e lidos gratuitamente.

São obras pertinentes a todas as áreas que, de alguma forma, necessitam de noções administrativas e de empreendedorismo, cada vez mais necessários, também, na advocacia.

Acesse as obras através do link abaixo, e boa leitura:

http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/20-livros-de-administracao-para-baixar-gratis/109547/

VIDEOAULA GRÁTIS - ATO ADMINISTRATIVO - PROFESSOR MARCUS BITTENCOURT



Excelente videoaula do Professor Marcus Bittencourt abordando o tema ATO ADMINISTRATIVO - Introdução e Conceito.

Acesse a aula através do link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=4b74cQ9OiWg&feature=youtu.be&list=PLxgA0XAWD3s1EuxLlefrN4loVHAmCvr7W


quarta-feira, 3 de agosto de 2016

WEBINARS GRATUITOS DE GESTÃO JURÍDICA - SITE SYMPLA EM PARCERIA COM PREAMBULO INFORMÁTICA



O site Sympla, em parceria com a Preâmbulo Informática organizaram uma série de Webinars Gratuitos sobre gestão jurídica.

São oferecidos temas como: Sociedade de Advogados; Construção de Alianças na Advocacia e Como captar clientes na advocacia.

Além dos webinars oferecidos gratuitamente existem outros, pagos, e que também são importantes para implementar melhorias no desempenho profissional de advogados e escritórios de advocacia.

Acesse o link abaixo, conheça todas as opções de curso e faça a sua inscrição:

http://www.sympla.com.br/preambulo 

JURISPRUDÊNCIA DO STJ SOBRE CÓDIGO CIVIL e outros

Senhores, Senhoras, Senhoritas:
O Superior Tribunal de Justiça disponibilizou, em sua página eletrônica, estudo que reúne a jurisprudência do Tribunal sobre o Código Civil (artigos 1º a 232). O material pode ser acessado por meio da ferramenta eletrônica Legislação Aplicada, no campo Jurisprudência da página do tribunal (www.stj.jus.br).
A ferramenta Legislação Aplicada oferece, em tempo real, o entendimento do STJ sobre diferentes dispositivos legais. O material elaborado pela Secretaria de Jurisprudência do STJ tem a finalidade de facilitar o acesso do público a acórdãos produzidos pelo tribunal.
Além do Código Civil, a ferramenta Legislação Aplicada possibilita também a pesquisa da jurisprudência relativa a outras legislações, como, por exemplo, Código Penal, Estatuto da Criança e do Adolescente, Código do Consumidor, Lei de Improbidade Administrativa e outros.
Acesse o estudo sobre a jurisprudência do Código Civil e outras legislações através do link abaixo:

terça-feira, 2 de agosto de 2016

MODELOS EDITÁVEIS DE CARTÕES DE VISITAS PARA ADVOGADOS



Senhores, Senhoras, Senhoritas:

O site Legalcloud, que se propõe a fornecer soluções para o dia a dia dos/das advogados/advogadas, melhorando a organização e a produtividade de nossa atividade, desta vez fez a gentileza de criar 13 (treze) lindos modelos de cartões de visita, que podem ser editados no word ou no photoshop.

Já tem o seu? Quer mudar? Acesse o link abaixo e confira os modelos:

http://www.legalcloud.com.br/13-modelos-cartao-visita-gratis-advogado/

RECURSO ESPECIAL - CRIME AMBIENTAL - MODELO DE PETIÇÃO - PROFESSOR LENILDO MÁRCIO DA SILVA



EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXXXXXX





Apelação n.º XXXXXX – Classe CNJ – 417 Comarca XXXX

Processo de Numeração Única: XXXXXXX

Código: XXXXXX

RECORRENTE: LBM





LBM, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, vem, à ilustre presença de Vossa Excelência, através de seus representantes legais que ao final assinam, com fundamento no artigo 105, III, “a”, da Constituição Federal e artigos 1.029 a 1.035 do Código de Processo Civil, interpor o presente RECURSO ESPECIAL, conforme as razões de fato e de direito apresentadas em anexo, esperando seja admitido e remetido ao Egrégio Superior Tribunal de Justiça.

Nestes termos, pede deferimento.

XXXXXX, XX de maio de 2.0XX.



LENILDO MÁRCIO DA SILVA
OAB/MT N.° 5.340
OAB/RJ N.° 195.803






COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA






RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL 


Apelação n.º XXXXXX – Classe CNJ – 417 Comarca XXXXX


RECORRENTE: LMB

RECORRIDO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE XXXX

ORIGEM: XXXXX CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE XXXX







EGRÉGIA TURMA,

EMINENTES MINISTROS,

DOUTO SUB-PROCURADOR DA REPÚBLICA,


DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS E INTRÍNSECOS

1 – O presente recurso é TEMPESTIVO, uma vez que a publicação do venerando acórdão ora recorrido se deu em XX de maio de 2.0XX, portanto, a contagem do prazo teve início em XX de maio de 2.0XX, encerrando-se em XX de maio de 2.0XX (XXX-feira), DIA DO FERIADO NACIONAL DE CORPUS CHRISTI, havendo SUSPENSÃO DO EXPEDIENTE FORENSE NO ÂMBITO DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE XXXX NO DIA XX/05/20XX, conforme Portaria n.º XXX/20XX-PRES, conforme publicação veiculada no endereço eletrônico:

XXXXXXXX


Desta feita, o prazo para protocolo do presente recurso foi transferido para o primeiro dia útil seguinte, XX de maio de 2.0XX.

Consta dos autos que as partes são legítimas e estão devidamente representadas, preenchidos, portanto, OS PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS.


2 - Da mesma forma, os PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS estão satisfeitos, haja vista estarem presentes O INTERESSE RECURSAL, A UTILIDADE E A NECESSIDADE do presente recurso especial.

No caso em análise o venerando acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de XXX infringiu o disposto nos artigos 381,III, e 564,III,k, do Código de Processo Penal , pois proferiu um decreto condenatório em desconformidade com os dispositivos processuais penais invocados.

Tendo havido o prequestionamento da matéria, em sede de Apelação, e, assim, esgotando todas as vias recursais, é cabível o presente Recurso Especial, interposto em tempo útil e forma regular.


DA REPERCUSSÃO GERAL


3 – Preliminarmente, atendendo os preceitos legais previstos no art.105, III,”a”, da Constituição Federal, devidamente regulamentados na Lei n.º 13.105/2.015, em seus artigos 1.029 a 1.035, vem demonstrar que a questão discutida nos autos possui REPERCUSSÃO GERAL APTA A ENSEJAR A ADMISSIBILIDADE DO APELO EXTRAORDINÁRIO pelo colendo Supremo Tribunal Federal.

Destaque-se que, tem repercussão geral aquilo que tem transcendência, aquilo que terá o sentido de relevância e que transcende o interesse subjetivo das partes na solução da questão.


4 - De forma sintética BRUNO DANTAS conceitua o instituto como um “[...] pressuposto especial de cabimento do recurso extraordinário, estabelecido por comando constitucional, que impõe que o juízo de admissibilidade do recurso leve em consideração o impacto indireto que eventual solução das questões constitucionais em discussão terá na coletividade, de modo que se lho terá por presente apenas no caso de a decisão de mérito emergente do recurso ostentar a qualidade de fazer com que parcela representativa de um determinado grupo de pessoas experimente, indiretamente, sua influência, considerados os legítimos interesses sociais extraídos do sistema normativo e da conjuntura política, econômica e social reinante num dado momento histórico.”

JOSÉ ROGÉRIO CRUZ E TUCCI, salienta que (...)“Andou bem o legislador não enumerando as hipóteses que possam ter tal expressiva dimensão, porque o referido preceito constitucional estabeleceu um “conceito jurídico indeterminado” (como tanto outros previstos em nosso ordenamento jurídico), que atribuiu ao julgador a incumbência de aplicá-lo diante dos aspectos particulares do caso analisado.”

Diante deste conceito jurídico indeterminado, poderia-se argumentar que a decisão do STJ em determinadas situações seria discricionária. No entanto, tal premissa não é verdadeira, pois o “espaço em branco” deixado pela norma decorre da opção do legislador e contribui para a abertura do sistema, podendo-se adaptar o significado do instituto “à complexidade das relações sociais, cada vez mais sujeitas a mutações.”

5 – Dito isto, a referida decisão que é trazida à análise GERA INSEGURANÇA JURÍDICA A TODO O AMBIENTE SOCIAL, NA MEDIDA QUE ROMPE COM DIREITOS E GARANTIAS PROCESSUAIS MAIS SAGRADOS DOS ACUSADOS, DURANTE O PROCESSO PENAL, ASSEGURADOS NA CARTA MAGNA, sendo, portanto, a decisão atacada, de grande relevância jurídica e amplo impacto na coletividade, haja vista, inclusive, o momento de insegurança política vivenciado no país, o qual requer, mais do que nunca, a proteção aos direitos processuais dos acusados, a fim de que não sofram julgamento de exceção com a violação de seus direitos processuais que asseguram um julgamento justo e com ampla defesa.

A decisão ora impugnada, rompe, sem escrúpulos, com as diretrizes processuais asseguradoras do devido processo legal, estabelecidas nos dispositivos legais acima invocados, haja vista que todos devem ter direito à fundamentação das decisões do Poder Judiciário, mormente quando submetidos a julgamento, e, em sua defesa, devem ter assegurados a ampla defesa, principalmente no que pertine ao aspecto da produção da prova que determinará a inocência ou culpabilidade do Réu.

6 – Ressalte-se, Excelências, que os mesmos erros e violações ao direito processual penal cometidos pelo juiz de 1º grau em sua decisão apelada, expostos no prequestionamento formulado no corpo do recurso, violadores de fórmulas e garantias do devido processo legal estabelecido através do Código de Processo Penal, conforme os dispositivos legais acima referidos, foram reproduzidos/ratificados pelo Tribunal “Ad quem”, no mesmo teor, firmando, no Estado de XXX, perigosa “tendência jurisprudencial” violadora dos interesses da sociedade, em seu todo, razão pela qual deve ser reconhecida a REPERCUSSÃO GERAL no presente recurso especial, o qual, por consequência, deve ser acolhido e provido, para reformar o Acórdão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de XXXX, e anular a sentença condenatória de 1º grau, quer seja pela nulidade do Laudo Pericial que deixou de responder a quesitos fundamentais formulados pela defesa, referente a dado essencial para tipificação do crime ambiental, quer seja pela ausência de enfrentamento da Tese de Erro de Tipo Invencível, caracterizando ausência de fundamentação da decisão, sendo, ambas as condutas, prejudiciais de morte ao ordenamento processual penal.

7 - A propósito, e nesse sentido, Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero, salientam:

“Observe-se que eventuais questões envolvendo a reta observância ou a frontal violação de direitos fundamentais, materiais ou processuais, tendo em conta a dimensão objetiva que sói reconhecer-lhes, apresentam a princípio transcendência. Constituindo os direitos fundamentais, objetivamente considerados, uma tábua mínima de valores de determinadas sociedades em dado contexto histórico, cujo respeito interessa a todos, natural que se reconheça, num primeiro momento, a transcendência de questões envolvendo, por exemplo, afirmações concernentes a violações ou ameaças de violações das limitações ao poder constitucional de tributar, ou aos direitos fundamentais inerentes ao processo justo, ao nosso devido processo legal processual”  [1]

Ainda, segundo Fernando da Costa Tourinho Filho:

“[...] ‘repercussão geral’, isto é, deverá demonstrar que a questão é relevante do ponto de vista econômico, social ou jurídico e que ultrapassa, na expressão do legislador, “os interesses subjetivos da causa”. [...] Essa exigência de demonstrar a “repercussão geral” nada mais é que a própria “relevante questão federal” que a Carta Política de 1988 havia abolido. Tanto é verdade que o § 1º do art. 327 do RISTF de 1980 dispunha: “Entende-se por relevante a questão federal que, pelos reflexos na ordem jurídica, e considerados os aspectos morais, econômicos, políticos ou sociais da causa, exigir a apreciação do recurso extraordinário pelo Tribunal”. Trata-se de um verdadeiro filtro a impedir que questões de somenos importância sejam levadas ao Pretório Excelso. [...] No fundo, essa exigência nada mais representa senão a vivificação da “relevância da questão federal”, que vigorou durante muitos anos como forma de filtrar as questões levadas ao Excelso Pretório. Na Alemanha, o uso de um recurso semelhante ao nosso recurso extraordinário somente terá andamento se o tribunal recorrido a importância fundamental da causa (cf. Moreira Alves, II Fórum Jurídico – a Constituição Brasileira de 1988, p. 1999).” [2]


Pelo todo exposto, Excelências, caracterizada a Repercussão Geral necessária para conhecimento e seguimento do presente recurso especial.



SÍNTESE DOS AUTOS


8 - Trata-se de Recurso de Apelação interposto pelo Recorrente em desfavor do Ministério Público do Estado de XXXX, visando a reforma de sentença condenatória que apenou-lhe com 1 (um) ano e 2 (dois) meses de reclusão e 20 (vinte) dias-multa, no patamar de 1/2 (meio) salário mínimo vigente à época do fato, que acabou sendo substituída por restritiva de direitos e tornado definitiva em prestação pecuniária no patamar de 25 (vinte e cinco) salários mínimos vigentes à época do fato a ser definido pelo Núcleo de Execuções Penais da Comarca de XXXX.

9 - O Recorrente, inconformado com a decisão, que desconheceu a nulidade do Laudo Pericial, que deixou de responder a quesito essencial para a defesa pois pertinente à descaracterização do crime ambiental, bem como com o desconhecimento da arguição de Erro de Tipo Invencível, da qual não se fez o seu enfrentamento, uma vez que a tese DIZ RESPEITO AO DOLO, e não meramente à autoria e materialidade do crime, ingressou com Recurso de Apelação, onde fez prequestionamento dos dispositivos constitucionais e processuais violados com a decisão atacada.

10 - O Tribunal de Justiça do Estado de XXX, não só referendou os erros perpetrados pelo juiz “a quo”, mas incidiu nas mesmas condutas, tanto em relação ao Laudo Pericial, quanto em relação à tese de Erro de Tipo Invencível.

Em relação ao Laudo Pericial o Tribunal “ad quem” contentou-se em afirmar que não existe nulidade em razão meramente do perito não ter respondido a totalidade dos quesitos formulados, desconhecendo a ARGUIÇÃO DE AUSÊNCIA DE RESPOSTA A QUESITO FUNDAMENTAL, o que, convenhamos, Excelências, é bem diferente.
Por outro lado, em relação ao Erro de Tipo Invencível contentou-se em reproduzir o fundamento do juízo “a quo”, alegando que está fundamentado ao responder meramente que cinge-se às questões relativas à autoria e materialidade do crime, o que é um absurdo, HAJA VISTA QUE O ERRO DE TIPO INVENCÍVEL DIZ RESPEITO AO CONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE ELEMENTARES DO CRIME, PERTINENTE AO ELEMENTO SUBJETIVO, e não a elementos objetivos relacionados à autoria e materialidade delitiva.

E desta forma, rejeitou as preliminares.

11 – No mérito desconheceu a absolvição do antigo possuidor da área, afirmando que a decisão de um processo não liga-se ao outro, ignorando a pré-existência de danos ambientais na área, e a dúvida acerca da qualidade de área verde da mesma, que restaram caracterizadas na decisão, e que reforçam a defesa do Recorrente, e, mais uma vez, deixaram de enfrentar o Erro de Tipo Invencível mediante a abundância de documentos apresentados que autorizavam a afirmação de que a área objeto do processo criminal não se tratava de área verde, ignorando, ainda, mais uma vez a ausência de dolo do Recorrente, mediante elementos que autorizavam a concluir pela sua boa-fé e desconhecimento da qualidade de área verde.

12 – Mediante tais entendimentos esposados pelo Tribunal de Justiça do Estado de XXXX, o qual parece que só teve “ouvidos para ouvir o que lhe interessava e do jeito que lhe interessava”, confeccionou-se o Acórdão abaixo transcrito, que motivou o presente Recurso Extraordinário:

E M E N T A

APELAÇÃO – CRIMES AMBIENTAIS– PRELIMINARES REJEITADAS – MATERIALIDADE E AUTORIA COMPROVADAS PELAS PROVAS PRODUZIDAS – ABSOLVIÇÃO – IMPOSSIBILIDADE – RECURSO DESPROVIDO.

O laudo pericial que responde satisfatoriamente os quesitos formulados pelas partes não padece de nulidade. O mero inconformismo da parte com a solução adotada pelo julgador não implica nulidade da sentença que aprecia fundamentadamente as teses apresentadas pela defesa. Comprovadas a autoria e a materialidade dos crimes ambientais praticados em área verde de preservação permanente, descabe a absolvição pretendida.

13 - Contra a posição adotada pela XX Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de XXX maneja-se recurso especial, com fundamento no artigo 105, III, letra “a”, da Constituição Federal, entendendo-se haver afronta aos dispositivos processuais penais estabelecidos nos artigos 381,III, e 564, III, k, ambos do Código de Processo Penal, haja vista que decidiu de modo contrário à correta exegese dos referidos dispositivos processuais penais.  


DO TEMA RECURSAL


14 – O objeto do presente recurso especial, cinge-se, portanto, à nulidade do Acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de XXX e da Sentença Condenatória de 1º Grau, proferida pela Vara Ambiental da Comarca de XXXX, em razão de violarem dispositivos processuais pertinentes a ausência de quesitos essenciais para a defesa e suas respectivas respostas no Laudo Pericial que fundamentou a condenação do Recorrente, bem como ausência de enfrentamento da tese de defesa do Erro de Tipo Invencível.

 

DAS RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA DAS DECISÕES



15 - A decisão ora atacada feriu de morte os dispositivos processuais penais estabelecidos nos artigos 381,III, e 564, III, k, impondo, de forma ilícita, responsabilidade penal ao ora Recorrente.

Senão vejamos.




DA LESÃO AO ARTIGO 564,III, K, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL


16 – Houve lesão ao dispositivo processual penal em epígrafe, uma vez que o Laudo Pericial realizado atendeu somente aos quesitos do Ministério Público e DEIXOU DE RESPONDER OS QUESITOS ESSENCIAIS À DEFESA DO RECORRENTE.


17 - O Laudo Pericial de fls.253/385, dos autos processuais em análise, confeccionado pelo perito I O S, APRESENTA-SE TOTALMENTE TENDENCIOSO, uma vez que se divorciou do tópico previsto na decisão de fls. 246 e verso, que se referia tão somente ao ESTUDO CADASTRAL DAS MATRÍCULAS IMOBILIÁRIAS ELABORADO PELA DEFESA, e que deu origem ao Distrito XXXX, dedicando-se o Sr. Perito a verificar a existência de crime ambiental, respondendo somente a alguns dos quesitos formulados pelo Acusado, e, ainda assim, com parcialidade, conforme pode ser observado na redação da resposta do primeiro quesito, abaixo transcrito:

Pergunta: “Qual a idade aproximada da posse do réu na referida área, levando-se em conta construção da casa e as árvores frutíferas plantadas”?

Resposta: “Da posse do Réu conforme suas declarações relatadas nas considerações preliminares, ela é de janeiro de 2011, que até a presente data conclui-se 2 anos e nove meses. Quanto a construção da casa e de algumas frutas, ficou constatado que estes possuem 28 anos de existência”.

18 - Note, Excelência, que foi perguntado ao Sr. Perito QUAL A DATA DA POSSE DO RÉU NA ÁREA , E NÃO QUANDO O RÉU ADENTROU NA POSSE, e, se não bastasse, nos demais quesitos, diga-se, os mais importantes para esclarecimento dos fatos apurados no presente processo, se limitou a dizer que “A MINHA COMPETÊNCIA LIMITA-SE ÀS QUESTÕES AMBIENTAIS, FOCADA EXCLUSIVAMENTE SOBRE A ÁREA VERDE XXX DO LOTEAMENTO DENOMINADO XXXXX”.

                                                        
19 - Nota-se claramente, pela resposta às fls. 442/445, QUE O PERITO JÁ HAVIA FEITO UM JUÍZO DE CONVICÇÃO ANTES MESMO DE DAR INÍCIO À PERÍCIA, uma vez que A PERÍCIA, COM O CONSENTIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, FOI DETERMINADA PARA ANALISAR O ESTUDO CADASTRAL, periciar e emitir um parecer a fim de constatar, conforme os quesitos apresentados pelo Acusado, referente ao estudo, SE O LOTEAMENTO CUMPRIU AS EXIGÊNCIAS LEGAIS OU NÃO, SE A ÁREA EM QUESTÃO TRATA-SE DE ÁREA VERDE OU NÃO, porém, NENHUMA PALAVRA FOI DITA SOBRE O ESTUDO, ou melhor, O PERITO NEM SE DIGNOU A OLHAR O ESTUDO, MAS RESPONDEU A TODOS OS QUESITOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO RELACIONADOS À DEGRADAÇÃO QUE NÃO ERA O FOCO DA PERÍCIA, PELA QUAL O ORA RÉU PAGOU, SENDO PREJUDICADO FINANCEIRAMENTE, UMA VEZ QUE A PERÍCIA REQUERIDA PARA ATENDER A PONTO RELEVANTE DA DEFESA NÃO CUMPRIU O SEU PAPEL.


20 - Mister se faz destacar, quanto a este tema, o luminoso ensinamento que nos traz FERNANDO CAPEZ, em sua obra CURSO DE PROCESSO PENAL, 18ª edição, às fls. 62, pontuando sobre a IGUALDADE PROCESSUAL que:

Desdobramento do princípio consignado na Constituição Federal, art.5°, caput, de que todas as pessoas são iguais perante a lei. Dessa forma, AS PARTES DEVEM TER, EM JUÍZO, AS MESMAS OPORTUNIDADES DE FAZER VALER SUAS RAZÕES, E SER TRATADAS IGUALITARIAMENTE, na medida de suas igualdades, e desigualmente, na proporção de suas desigualdades.

(...)

(Destaque e grifo nosso)

21 – Desta forma, explícita está a NULIDADE DO LAUDO PERICIAL UTILIZADO PARA FUNDAMENTAR A CONDENAÇÃO DO RECORRENTE, uma vez que na produção da prova pericial, importante para a defesa do Recorrente, houve parcialidade por parte do perito designado o qual deixou de responder a quesitos fundamentais para a defesa do Recorrente.

Ora, Excelência, se o perito nomeado não era competente para responder aos quesitos formulados, ESSENCIAIS PARA A DEFESA, haja vista que poderiam pôr por terra a qualidade de área verde do imóvel objeto deste processo, descaracterizando  o crime, porque não informou ao juízo, antes de elaborar o Laudo Pericial, desincumbindo-se da tarefa ou solicitando a nomeação de outro perito capaz de respondê-los?

O Laudo Pericial formulado é tendencioso e a não resposta dos quesitos formulados pelo Recorrente prejudicaram a sua defesa e o colocaram em flagrante desvantagem processual.

Foi determinada a realização de perícia técnica na área em análise, a fim de que fossem produzidos elementos de verificação acerca das teses defendidas tanto pelo Ministério Público, quanto pela Defesa, todavia, mesmo sabendo de antemão os quesitos que deveriam ser respondidos, e aceitando sem ressalvas a incumbência da perícia, o perito nomeado simplesmente DEIXOU DE RESPONDER AOS QUESITOS FUNDAMENTAIS DA DEFESA DO RECORRENTE, prejudicando-o quanto à produção de prova fundamental à sua defesa.

Nesse sentido, a nossa melhor jurisprudência pátria:

CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. APELAÇÃO. AÇÃO DE CONHECIMENTO. APOSENTADORIA COM PROVENTOS INTEGRAIS. PRELIMINAR ACOLHIDA. NULIDADE DA SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE DEFESA. PERÍCIA JUDICIAL. PONTOS CONTROVERTIDOS. QUESITOS NÃO RESPONDIDOS. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA CASSADA. 1. Houve cerceamento de defesa, porquanto o laudo pericial apenas buscou definir nexo de causalidade entre as patologias contraídas pela Pericianda (depressão psicótica e alienação mental) e as atividades laborais por ela desenvolvidas em serviço, quando o objeto da lide não se limita a definir tal nexo, mas a averiguar se a autora está acometida de doença grave que autorize sua aposentadoria por invalidez. 1.1. Ademais, os quesitos apresentados pelas partes, a fim de esclarecer os pontos controvertidos, não foram respondidos pelo expert. 2. Recurso da autora provido para acolher preliminar de nulidade da sentença.

(TJ-DF - APC: 20100110256578, Relator: JOÃO EGMONT, Data de Julgamento: 16/12/2015,  2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE : 22/01/2016 . Pág.: 265)

VOTO DO RELATOR EMENTA RESPONSABILIDADE CIVL INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS Demanda fundada na alegação de erro médico atribuído ao hospital réu (aonde foi realizado o parto da esposa do autor que veio a falecer, além de sequelas na filha recém-nascida que também integra a lide) Decreto de improcedência - Cerceamento de defesa Ocorrência Diversos quesitos elaborados pelo representante do MP que não foram respondidos pelo IMESC (sob a justificativa de que seriam 'quesitos da pediatria') Descabimento Quesitos que deveriam ter sido respondidos pelo instituto referido (que, certamente, possui em seus quadros profissional da área para responde-los) Pertinência dos quesitos não respondidos - Prova pericial que deve ser ampla, sob pena de violar princípios constitucionais - Sentença anulada - Recurso provido.

(TJ-SP - APL: 03780798719958260100 SP 0378079-87.1995.8.26.0100, Relator: Salles Rossi, Data de Julgamento: 19/06/2013,  8ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 22/06/2013)

PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - TRABALHADORA RURAL - LAUDO PERICIAL QUE NÃO RESPONDEU AOS QUESITOS FORMULADOS PELO AUTOR - PERÍCIA GENÉRICA SEM ANÁLISE DAS DOENÇAS MENCIONADAS NA INICIAL - CERCEAMENTO DE DEFESA - SENTENÇA ANULADA. 1. Evidencia-se a ocorrência de cerceamento de defesa quando o perito designado para verificar a alegada incapacidade da autora se limita a apor, manualmente, em seu parecer informações sobre o periciando, deixando de responder aos quesitos formulados na inicial e sem esclarecer acerca das condições físicas da examinando ou determinar a realização de exames complementares para verificação dos problemas de saúde relatados. 2. Apelação provida para anular a sentença.
(TRF-1 - AC: 43764 MT 2008.01.99.043764-2, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL JOSÉ AMILCAR MACHADO, Data de Julgamento: 17/06/2009, PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 14/07/2009 e-DJF1 p.203)


TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. BENEFÍCIO RECEBIDO POR PORTADOR DE DOENÇA GRAVE. INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO. PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DO AMPLO ACESSO À JUSTIÇA. ISENÇÃO. ART. 6º, INCISO XIV, DA LEI N. 7.713/88. PROVA INSUFICIENTE. PROVA PERICIAL DETERMINADA PELO JUIZ. QUESITOS NÃO RESPONDIDOS. SENTENÇA ANULADA PARA A PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. Em face do princípio constitucional do amplo acesso à justiça, no processo sub judice faz-se necessária a intervenção do Poder Judiciário para resolver o conflito de interesses existente entre as partes processuais e que transparece de modo inconteste nos autos, como também para compor a pretensão resistida. É assegurada aos portadores de moléstia grave, na qual se enquadra o Acidente Cerebral Vascular – AVC, a isenção do Imposto de Renda sobre os proventos de reforma, conforme preceitua o art. 6º, inciso XIV, da Lei n. 7.713/88. Contudo, para fazer jus ao benefício, o autor deveria apresentar laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, do Distrito Federal e dos Municípios. O documento de fl. 84, no qual o INSS deferiu o pedido de auxílio-doença do autor, reconhecendo sua incapacidade laborativa, não é prova suficiente para a concessão de isenção do imposto de renda. Ressalve-se, no entanto, que o MM. Juízo a quo determinou de ofício a produção de prova pericial para a instrução do processo, tendo nomeado perita, sendo que sobreveio sentença sem que os quesitos formulados pelo autor fossem respondidos. Sentença anulada para a produção da prova pericial determinada de ofício (ressalve-se a conversão para o rito ordinário, conforme aditamento à inicial à fl. 31 e o despacho de fl. 32).

(TRF-2 - AC: 406151 RJ 2001.50.01.006413-8, Relator: Desembargador Federal ALBERTO NOGUEIRA, Data de Julgamento: 25/03/2008, QUARTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: DJU - Data::30/04/2008 - Página::205)

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. MILITAR. ACIDENTE EM SERVIÇO. REFORMA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. LAUDO PERICIAL INCOMPLETO. IMPUGNAÇÃO DO AUTOR NÃO ATENDIDA. SENTENÇA PROFERIDA SEM A COMPLEMENTAÇÃO DA PERÍCIA. CERCEAMENTO DE DEFESA. CONFIGURAÇÃO. SENTENÇA ANULADA. RECURSO PROVIDO. - Se o Magistrado depende de conhecimentos técnicos para elucidar fatos controvertidos e proferir a sua decisão, faz-se pertinente e indispensável a prova técnica, com um laudo completo e que responda a todos os quesitos formulados pelas partes, sob pena de configurar cerceamento de defesa. - Processo anulado a partir da impugnação do autor para que sejam respondidos os quesitos nº 5, à fl. 61 e nº 3, à fl.63, esclarecendo se o mesmo se encontra incapacitado temporária ou permanentemente para o trabalho. - Recurso provido.

(TRF-2 - AC: 283643  2002.02.01.012631-8, Relator: Desembargador Federal BENEDITO GONCALVES, Data de Julgamento: 08/02/2006, SEXTA TURMA ESPECIALIZADA, Data de Publicação: DJU - Data::06/03/2006 - Página::358/259)


APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO DOENÇA C/C PEDIDO DE CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDO PERICIAL – CERCEAMENTO DE DEFESA – NULIDADE PROCESSUAL – OCORRÊNCIA – PRELIMINAR ACOLHIDA – PROCESSO ANULADO. É nulo o processo no qual o perito não responde aos quesitos formulados atempadamente pela parte autora. Preliminar acolhida. Processo anulado.

(TJ-BA - APL: 00218414920078050080 BA 0021841-49.2007.8.05.0080, Relator: Telma Laura Silva Britto, Data de Julgamento: 30/10/2012, Terceira Câmara Cível, Data de Publicação: 16/11/2012)

ORA, EXCELÊNCIAS, SE O CERCEAMENTO DE DEFESA HÁ DE SER RECONHECIDO NO ÂMBITO EXTRAPENAL, PARA ANULAR O LAUDO PERICIAL, QUANTO MAIS NO ÂMBITO CRIMINAL ONDE, O QUE ESTÁ EM JOGO É O BEM JURÍDICO LIBERDADE?


O Recorrente reclamou do comportamento do perito junto ao Magistrado "a quo", via petição e alegações finais, constantes nos autos processuais, todavia este ignorou o prejuízo sofrido pela Defesa do Recorrente com o comportamento parcial do perito, o qual favoreceu explicitamente ao Ministério Público, em detrimento do ora Recorrente.

Todavia, o Magistrado "a quo" não se fez de rogado em utilizar o referido Laudo pericial para embasar a decisão condenatória injustamente imposta ao Recorrente.






DA LESÃO AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS


22 - Estabelece o artigo 381, III, do Código de Processo Penal, que:

Art. 381.  A sentença conterá:

(...)

III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;

(...)

NESTE PONTO, EXCELÊNCIA, CRÊ O ORA APELANTE QUE, TANTO O ILUSTRE MAGISTRADO "A QUO", QUANTO O TRIBUNAL “AD QUEM” CONFUNDIRAM A TESE PRINCIPAL DA DEFESA DE INEXISTÊNCIA DO CRIME, COM A SUBTESE DE DEFESA RELATIVA AO ERRO DE TIPO INVENCÍVEL.


23 - Ora, Excelência, a sentença da qual ora se recorre deixou de atender ao disposto no Código de Processo Penal, ao rechaçar a tese de defesa do Recorrente, referente ao ERRO DE TIPO INVENCÍVEL simplesmente alegando que Quanto à alegação de que o réu incidiu em erro de tipo invencível (...) verifica-se que os argumentos da defesa estão relacionados, unicamente, á materialidade e autoria, todos refutados, (...).

"Data Vênia", Excelência, o ERRO DE TIPO INVENCÍVEL apesar de recair sobre ELEMENTAR DO TIPO PENAL relaciona-se especificamente com o ELEMENTO SUBJETIVO DA CONDUTA (DOLO/CULPA) e não com autoria/materialidade do crime, não tendo sido portanto, avaliada e nem fundamentada a sua exclusão pelo Magistrado "a quo".

Avalia-se, no ERRO DE TIPO INVENCÍVEL, se, em sua conduta, o agente DESEJOU A PRÁTICA DO CRIME, ou seja, SE TINHA CONSCIÊNCIA E VONTADE DE REALIZAR OS ELEMENTOS QUE COMPÕE O TIPO PENAL.

E essa avaliação, Excelência, nem o Magistrado "a quo", nem o Tribunal “ad quem” fizeram, ignorando sumariamente a defesa do Recorrente em suas alegações finais e recurso de apelação, e, mais uma vez, prejudicando-o, ao arrepio da lei, do direito e da justiça!


24 – Sobre o tema em análise, FERNANDO CAPEZ, em sua obra CURSO DE DIREITO PENAL – Parte Geral, nos traz preciosas lições às fls.207 e 208:

(...)
1ª) Erro de tipo essencial: incide sobre elementares e circunstâncias .

Com o advento da teoria finalista da ação e a comprovação de que o dolo integra a conduta, chegou-se à conclusão de que a vontade do agente deve abranger todos os elementos constitutivos do tipo.

Desejar, portanto, a prática de um crime nada mais é do que ter a consciência e a vontade de realizar todos os elementos que compõem o tipo legal.

Nessa linha, o erro de tipo essencial ou impede o agente de saber que está praticando o crime, quando o equívoco incide sobre elementar, ou de perceber a existência de uma circunstância.

Daí o nome erro essencial: incide sobre situação de tal importância para o tipo que, se o erro não existisse, o agente não teria cometido o crime, ou, pelo menos, não naquelas circunstâncias.

(...)

Característica do erro essencial: impede o agente de compreender o caráter criminoso do fato ou de conhecer a circunstância.

Formas

a) Erro essencial invencível, inevitável, desculpável ou escusável (...): não podia ter sido evitado, nem mesmo com o emprego de uma diligência mediana.

(...)

Efeitos

a) O erro essencial que recai sobre elementar sempre exclui o dolo, seja evitável, seja inevitável. Se o agente não sabia que estava cometendo o crime, por desconhecer a existência da elementar, jamais poderia querer praticá-lo.

b) O erro invencível que recai sobre elementar exclui, além do dolo, também a culpa. Se o erro não podia ser vencido, nem mesmo com emprego de cautela, não se pode dizer que o agente procedeu de forma culposa. Assim, além do dolo (sempre excluído no erro de tipo), fica eliminada a culpa. Como sem dolo e culpa não existe conduta (teoria finalista) e sem ela não há fato típico, o erro de tipo essencial inevitável, recaindo sobre uma elementar leva à atipicidade do fato e à exclusão do crime.

(...)


25 - Ainda nesse sentido, as explicações fornecidas por GEOVANE MORAES e RODRIGO JULIO CAPOBIANCO, em sua obra COMO SE PREPARAR PARA O EXAME DE ORDEM - PENAL – 5, às fls.71 e 72:

(...)

Pelo fato de o dolo abranger, de acordo com a teoria finalista da ação, a consciência e a vontade de realizar os elementos constantes do tipo legal, o desconhecimento do autor incidente sobre um ou alguns desses elementos poderá determinar a sua exclusão (do dolo).

Erro de tipo, portanto, é o erro sobre elemento constitutivo do tipo legal (art.20, caput, do CP).

É importante destacar que A EXPRESSÃO "ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO TIPO LEGAL" ABRANGE os elementos objetivos, SUBJETIVOS, normativos e outras causas ou circunstâncias que qualificam o crime ou aumentam a pena.

(...)

O erro de tipo essencial é aquele que recai sobre as elementares e circunstâncias do crime. Tal erro é tão grave que impede que o agente compreenda o caráter criminoso do fato ou que conheça alguma circunstância a ele relacionada.Significa dizer que a conduta do agente que, por ignorância ou má interpretação da realidade, não sabe que está realizando um tipo objetivo, não pode ser tida como dolosa (...).

O erro de tipo sobre as elementares, dependendo da gravidade, produz efeitos diversos: (...); b) se invencível (ou escusável, ou desculpável, ou seja, se o fato não podia ter sido evitado mesmo que o agente empregasse alguma diligência), o dolo e a culpa serão excluídos levando á atipicidade do fato e à consequente exclusão do crime.

(...)


26 - Portanto, Excelência, pelo teor da sentença proferida, fica claro que o ilustre Magistrado "a quo", e o Egrégio Tribunal “Ad quem” ABSTIVERAM-SE DE APRECIAR A TESE DE DEFESA QUANTO A ESTE ITEM, IMPUTANDO RESPONSABILIDADE PENAL AO RECORRENTE SEM FUNDAMENTAR SUA DECISÃO, PREJUDICANDO INDUBITAVELMENTE A SUA DEFESA.


27 – Por todo o exposto, resta evidente que o ilustre Magistrado "a quo" e o Tribunal “Ad quem” DEIXARAM DE ENFRENTAR A TESE DE DEFESA RELATIVA A AUSÊNCIA DE DOLO DO RECORRENTE EM RELAÇÃO À REALIZAÇÃO DOS TIPOS PENAIS QUE LHE FORAM IMPUTADOS, EM DECORRÊNCIA DA EXTRAORDINÁRIA QUANTIDADE DE DOCUMENTOS PÚBLICOS ATESTANDO QUE LÁ NÃO SE TRATA DE ÁREA VERDE, INCLUSIVE EMITIDOS PELA PREFEITURA MUNICIPAL DE XXX, QUE SERIA SUPOSTAMENTE TITULAR DA ÁREA.

Não há, na sentença, nem no Acórdão, nenhuma avaliação relativa ao DOLO do Recorrente, ou mesmo ao conhecimento dele de que a área objeto do litígio tratava-se de área verde.

NÃO HÁ NENHUMA LINHA NA SENTENÇA ENFRENTANDO A REFERIDA TESE, razão pela qual deve a sentença e o Acórdão ora recorrido serem anulados.

28 – Excelência, a sistemática do Código de Processo Penal estabelece que deve o Julgador manifestar-se sobre todas as teses levantadas, seja da defesa ou da acusação, ainda que de forma sucinta, sob pena de ficar incompleta a prestação jurisdicional, o que não pode ser sanado pela Instância Revisora, sob pena de ser suprimido um grau de jurisdição.

29 - A propósito, sobre o assunto, com propriedade, preleciona FERNANDO CAPEZ, em sua obra CURSO DE PROCESSO PENAL, 14ª edição, às fls. 425:

(...)

Além do mais, deve o magistrado apreciar toda a matéria levantada tanto pela acusação como pela defesa, sob pena de nulidade. Desse modo, reveste-se de nulidade o ato decisório que, descumprindo o mandamento constitucional que impõe a qualquer juiz ou tribunal o dever de motivar a sentença ou o acórdão, deixa de examinar fundamento relevante em que se apóia a acusação ou a defesa técnica do acusado.

(...)


30 - Nesse sentido, também, a jurisprudência de nossos Tribunais pátrios:

a) APELAÇÃO-CRIME. PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO, PORÉM, COM NUMERAÇÃO SUPRIMIDA. APELO DEFENSIVO. OMISSÃO DE ANÁLISE DE TESE DEFENSIVA. NULIDADE DA SENTENÇA DECLARADA. Nos memoriais escritos apresentados em sede de alegações finais, alegou a defesa a inépcia da denuncia (fls. 146/149) e a decisão apelada, em nenhum momento enfrentou tal alegação, sendo evidente o prejuízo da defesa. É nula a sentença que não analisa tese defensiva acerca do delito imputado, quando desta omissão decorre inegável prejuízo à parte.

(TJ-RS - ACR: 70048180483 RS , Relator: Marco Antônio Ribeiro de Oliveira, Data de Julgamento: 19/07/2012, Quarta Câmara Criminal, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 26/07/2012)

b) APELAÇÃO HOMICÍDIO CULPOSO CONDENAÇÃO RECURSO DEFENSIVO PRELIMINAR NULIDADE DA R. SENTENÇA POR CERCEAMENTO DE DEFESA PROCEDÊNCIA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU QUE NÃO ANALISOU TESE ARGUIDA PELA DEFESA EM ALEGAÇÕES FINAIS NULIDADE ABSOLUTA PRELIMINAR ACOLHIDA SENTENÇA ANULADA. A não apreciação de tese defensiva na fundamentação da sentença configura vício absoluto, que determina sua anulação por infringir dispositivos constitucionais, como os princípios do devido processo legal e da ampla defesa.

(TJ-SP - APL: 22441220038260481 SP 0002244-12.2003.8.26.0481, Relator: Willian Campos, Data de Julgamento: 04/09/2012, 4ª Câmara de Direito Criminal, Data de Publicação: 06/09/2012)


c) APELAÇÃO CRIMINAL. NULIDADE DA SENTENÇA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DE TODAS AS TESES DEFENSIVAS SUSCITADAS NAS ALEGAÇÕES FINAIS. INOBSERVÂNCIA AO ART. 381 DO CPP. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DA NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS. DECISÃO QUE NÃO REVELOU HIGIDEZ. RECURSO PROVIDO. PROVIDÊNCIA ADOTADA, DE OFÍCIO, EM RELAÇÃO A UM DOS CORRÉUS. Padece de nulidade a sentença que não analisa todas as teses defensivas lançadas nas alegações finais, por ofensa aos princípios da ampla defesa e da necessidade de fundamentação das decisões judiciais.

(TJ-SC - APR: 20110987665 SC 2011.098766-5 (Acórdão), Relator: Ricardo Roesler, Data de Julgamento: 27/08/2012, Segunda Câmara Criminal Julgado)


31 – Pelo exposto, requer o Recorrente que o Egrégio Superior Tribunal de Justiça declare a nulidade do Acórdão e da Sentença de 1° grau, em virtude de não ter analisado a tese de defesa apresentada em alegações finais e em grau recursal relativa ao ERRO DE TIPO INVENCÍVEL.



DO PEDIDO


32 – Mediante as razões apresentadas, devidamente subsidiadas por todo conjunto probatório que compõe os presentes autos processuais, vem o Recorrente, à ilustre presença de Vossas Excelências, REQUERER:

Que seja conhecido e provido o presente Recurso Especial, de modo que esse Egrégio Superior Tribunal de Justiça, com fulcro no art. 105, III, "a" da Carta Magna reconheça a violação aos artigos 381,III, e 564, III, k, ambos do Código de Processo Penal por parte do acórdão atacado da XXª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de XXX e declare a nulidade do acórdão e da sentença condenatória de primeiro grau, confeccionadas em desconformidade com os referidos dispositivos processuais penais, e determine que nova sentença de primeiro grau seja proferida desconsiderando-se as conclusões do Laudo Pericial Nulo ou que nova perícia seja produzida, respondendo-se aos quesitos essenciais à defesa do Recorrente, antes que nova sentença de primeiro grau seja proferida, desta vez de acordo com os dispositivos processuais penais antes violados.

Termos em que, pede provimento.

XXXXXXXXX, XX de maio de 2.0XX.



LENILDO MÁRCIO DA SILVA
OAB/MT N.° 5.340
OAB/RJ N.° 195.803








[1] MARINONI, Luiz Guilherme e MITIDIERO, Daniel. Repercussão Geral no Recurso Extraordinário. 2ª ed., São Paulo, Revista dos Tribunais, 2008, p. 38.
[2] TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de Processo Penal. 11ª ed., São Paulo, Saraiva, 2009, p. 866-867.